Da Teoria da Relatividade Económica

Na elaboração do meu livro intitulado “Da Teoria da Relatividade Económica Aplicada à Economia Internacional e às Políticas de Cooperação” pretendia-se atender a diferentes níveis de análise, tendo em conta as seguintes questões fundamentais:

  • Até que ponto estão ou não ultrapassadas as Teorias Convencionais do Comércio Internacional, havendo necessidade de enveredar por uma nova Teoria das Vantagens Competitivas Dinâmicas?
  • Em que medida a aposta num modelo de desenvolvimento sustentado implica ou não a opção por um modelo de especialização industrial e de diversificação de serviços, com crescente canalização de recursos financeiros não apenas para o Sector de Bens Transaccionáveis, como também para o Sector de Economia Doméstica?
  • Como será possível conciliar, no futuro, a tendência para a globalização da economia mundial com a criação de blocos de integração regional?
  • Como se articulam as políticas macroeconómicas com a microeconomia e com o objectivo de maximização do Bem-Estar Social?
  • Será ou não admissível que essa articulação tenha que ver com a construção de uma nova Teoria da Relatividade Económica, de acordo com a qual deveria haver uma acção conjugada integradora do Novo Diamante Macroeconómico, do Novo Diamante Empresarial e do Diamante do Bem-Estar?
  • Qual a relevância, neste contexto, de um Novo Indicador de Desenvolvimento Humano-Dinâmico que atenda à componente progresso tecnológico, à modernização da economia, às estruturas de repartição do rendimento, às desigualdades entre homens e mulheres e ao grau de participação política?
  • Qual, ainda e finalmente, o papel de uma política de cooperação que seja, simultaneamente, considerada um instrumento de uma política de internacionalização e quais, em concreto, as propostas a apresentar para o caso concreto português?

De acordo com a Tese desenvolvida procura-se demonstrar, a partir de um modelo econométrico que se pretendeu inovador, que é aplicável uma nova Teoria das Vantagens competitivas dinâmicas, que se torna importante apostar numa concomitante expansão do Sector de Bens Transaccionáveis e do próprio Sector de Bens Não Transaccionáveis (relevância do investimento público por via de parcerias com o Sector Privado), que a análise tripolar de Krugman faz sentido (numa perspectiva de acordo com a qual a regionalização corresponde a uma fase intermédia da globalização), que importa apostar no sentido de uma política económica que assente nos Três Diamantes do Bem-Estar (Teoria da Relatividade Económica), que é possível e desejável os organismos de cooperação económica multirateral enveredarem pela utilização de um novo conceito de Indicador de Desenvolvimento Humano-Dinâmico, que é fundamental conceber a política de cooperação como um instrumento da política de internacionalização e da defesa estratégica de um País e que, finalmente, se apresenta desejável introduzir reformas ao nível da nossa política (em termos, inclusive, de sistema e de orgânica de funcionamento) de cooperação.

Trata-se de uma contribuição com aspectos, necessariamente, polémicos, mas que procura ajudar a encontrar respostas adequadas a problemas que são, indiscutivelmente, actuais.

Janeiro de 2005

 

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