Um Projecto para o País

Há quem abomine a ideia de um projecto para o País.

Mas, não havendo um projecto global não se afigura possível definir políticas consistentes.

Sem um projecto, qual o Programa de Investimentos Públicos a executar?

E qual a política de Educação ou de Saúde?

E qual o sentido a imprimir a uma Reforma da Administração Pública ou mesmo a uma Reforma da Justiça?

Um projecto de sociedade não se reconduz a uma aposta na competitividade, no crescimento económico e numa maior justiça social.

Pretender mobilizar a opinião pública em torno destes objectivos não será, seguramente, tarefa fácil.

Correndo o risco de ser considerado um optimista, ainda sou dos que pensam ser possível definir um projecto de futuro para Portugal assente no triângulo Europa/América/África, permitindo, porventura, ao nosso País retirar alguma mais-valia das suas ligações históricas à Comunidade Lusófona distribuída pelos três Continentes.

Como, ainda, acredito na definição de um modelo de desenvolvimento consistente, assente numa especialização industrial com crescente diversificação de serviços (atribuindo-se relevância particular ao Turismo e aos serviços financeiros, entre outras actividades).

Como penso ser viável combater o défice e, simultaneamente, promover as indispensáveis reformas sectoriais.

Mas, será necessário completar as medidas, agora, enunciadas com a execução de uma Política Económica Integrada que se apresente eficaz e que dê resposta à indispensabilidade de concretização de um Novo Projecto.

Como será necessário que, pelos lados da área governativa da Economia, surjam alguns sinais de um mais clarividente dinamismo.

Esperemos para ver…

Na certeza de que o Engº Sócrates tem sabido assumir, com coragem, medidas que, sendo impopulares, se apresentam imperiosas na situação com que nos confrontamos.

E só isso já constitui, de alguma forma, um sinal positivo.

Um sinal positivo, mas que, só por si, não soluciona o que está por solucionar…Há quem não tenha, ainda, percebido que o que separa o socialismo democrático do marxismo-leninismo é muito mais do que aquilo que os une.

 

© 2006-2010, António Rebelo de Sousa.
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